O MODELO TAYLORISTA – FORDISTA
O
Modelo de organização do
trabalho mais difundido no mundo está ligado à obra de Frederick W.
Taylor, engenheiro mecânico de origem norte-americano, e consolidado
num livro intitulado Princípios
de Administração Científica de
1911 . Taylor
iniciou sua vida profissional como aprendiz de torneiro e subiu
rapidamente para os postos de gerência, à medida que publicava sua
obra, por intermédio da ASME
– American Society of. Mechanical Engineers, foi-se transformando
num verdadeiro guru. Taylor adquiriu grande parte dos seus conhecimentos
e idéias na observação do cotidiano. Enquanto operário, Taylor notou
que a questão da produtividade era
negociada entre administradores e operários, como os
gestores do processo de produção não sabiam como as atividades do
processo de produção eram realizados nem os tempos necessários
para a sua execução, tinham que negociar com os operários em termos
de qualidades e prazos. Ele
considerou que, do lado dos operários, haveria três tipos de vadiagem; ·
A vadiagem natural, ou seja, a indolência, a preguiça, a
autopreservação : ·
A vadiagem intencional, ou seja, a cera e a ,manha : ·
O boicote ; OBS
: a indolência mais séria
, contudo, é a pratica pelos operários com o propósito deliberado de
deixar o patrão na ignorância de como o trabalho pode ser feito mais
depressa. Para
Taylor, esse tipo de ineficiência, relacionando, ao mau uso dos
recursos humanos, teria um custo ainda mais significativo do que os
custos decorrentes do uso ineficientes dos recursos materiais. A
proposta que ele desenvolveu buscava resolver cientificamente o uso
eficiente dos recursos humanos. O
cronômetro foi o instrumento básico da metodologia proposta por
Taylor, que se consolidou no chamado Estudo de Tempo e Movimentos. A
proposta era a de medir o tempo de cada um dos movimentos de uma
atividade produtiva e então, a partir de uma análise crítica dos
movimentos necessários ( separando movimentos dos operários e
movimentos de máquinas ) reorganizá-los para com isto minimizar o
tempo total da atividade. Essa
metodologia foi por ele
denominada ( administração cientifica ). Realmente, Taylor procurou
substituir o empirismo que reinava na organização dos processos de
produção por procedimentos sistemáticos de análise, que utilizam
algumas informações relacionadas
a experimentos científicos. O uso do termo científico
carregava uma outra conotação. Taylor considerava que a relação
entre operários e administradores era conflituosa por não haver um
quadro de referência comum para a análise do trabalho. Com a aplicação
da ciência que, não havia
motivos para se argumentar sobre fatos
científicos. Para
Taylor, à gerência é atribuída a função de reunir todos os
conhecimentos tradicionais, que no passado possuíam os trabalhadores, e
então classificá-los, tabulá-los, reduzi-los a normas, leis ou fórmulas,
grandemente úteis ao operário para a execução do seu trabalho diário.
Taylor consolidou sua proposta para a organização do trabalho na produção
em três princípios: Primeiro Princípio Tem como objetivo planejar, organizar e permitir o controle do trabalho por parte da gerência, para tanto, esta deveria : ·
Dividir o trabalho do operário em seus componentes básicos ; ·
Eliminar as atividades que não agregam valor ; ·
Medir os tempos dos componentes restantes, estabelecendo tempos
padrão ; ·
Tabular os dados obtidos de modo a formular regras e
procedimentos a serem seguidos pelo operário na execução de sua
tarefa. Segundo Princípio Relaciona-se
à seleção, ao treinamento e ao desenvolvimento dos operários. A gerência,
tendo perfeito conhecimento da tarefa a ser desempenhada, poderia
selecionar as pessoas com o nível de habilidade, destreza e força
requeridos em cada posto de trabalho. Depois, teria que treinar e
desenvolver cada operário para que ele seguisse às regras e
procedimentos preestabelecidos. Terceiro Princípio Procura estabelecer as relações entre a gerência e os operários. A gerência teria a responsabilidade pelo planejamento e pelo controle do trabalho e aos operários caberia a execução. Para Taylor, o correto entendimento do racional subjacente a esta divisão, levaria a um clima de ampla cooperação entre operários e gerência. A
contribuição de Henry Ford se coloca num plano diferente. Ford foi
acima de tudo um empreendedor, com uma visão privilegiada de negócios
ele identificou as demandas de um enorme mercado inexplorado formado por
consumidores potenciais de classe média que não tinham acesso aos
automóveis que eram produzidos na época, os quais, pelo seu preço e
sofisticação, eram dirigidos a clientes de altíssimo poder
aquisitivo. Ford desenvolveu, então, um produto voltado para esse novo
mercado. O Ford modelo T. de
1908, foi o seu vigésimo projeto num período de cinco anos... Com
esse modelo, Ford atingiu finalmente seus dois objetivos. Ele tinha um
carro que era projetado para a manufatura, com se diria hoje, também no
jargão atual era “user
friendly” praticamente
qualquer pessoa poderia dirigi-lo e cuidar de sua manutenção, sem
precisar de um motorista e de um mecânico. Depois
disso Ford desenvolveu um sistema de produção adequado à sua estratégia
de produto e de marcado. Tratava-se de um complexo e intrigado sistema
de produção . O conceito mais visível era a linha de montagem, onde são
montadas partes padronizadas e intercambiáveis, por operários
especializados. Mas isso é apenas o topo do iceberg. Um extraordinário
esforço de engenharia sustenta um processo de montagem como esse. Por
exemplo, para a fabricação das peças padronizadas, nos altos volumes
e rígidas especializações, foi necessário o desenvolvimento de máquinas-ferramenta
dedicadas. A
força de trabalho que Ford recrutou era formada especialmente de
imigrantes da Europa Oriental e de migrantes do Sul dos Estados Unidos
que haviam sido deslocados devido à mecanização. Para utilizar
eficientemente esses recursos humanos Ford também era obcecado pelo uso
racional de recursos, especialmente de recursos humanos a Ford
desenvolveu um minucioso e preciso sistema de ferramentas e
dispositivos, o que demandou grande capacitação em Engenharia de
Processos. Com
isso a Ford criou o trabalhador
intercambíavel, tal como trocar peças num automóvel, a troca e
reposição dos trabalhadores era minuciosamente planejada,
utilizando-se princípios de padronização completa do trabalho e do
trabalhador. A contribuição do trabalhador era analisada de um ponto
de vista mecânico, como uma peça. O uso da inteligência e a comunicação
eram totalmente desnecessários. “ Não há quase contato pessoal
em nossas fábricas, os operários cumprem o seu trabalho e logo
voltam para os seus lares, uma fábrica não é um salão de conferências
“ afirmava Ford. Em
compensação, Ford inovou em termos de remuneração. Partindo de uma
premissa de que os operários da Ford deveriam ser consumidores
potenciais dos carros que produziam, e baseado nos altos níveis de
lucratividade. AS
RAZÕES DA DIVUSÃO DO MODELO TAYLORISTA – FORDISTA Até
recentemente, o modelo taylorista-fordista permaneceu como uma espécie
de panacéia universal apesar de suas características bastante específicas,
foi conceitualizado para a manufatura de produtos padronizados em
grandes volumes, houve pouco questionamento quanto à adequação de sua
aplicação em outras indústrias, sendo inclusive o referencial
utilizado nas indústrias de produção em fluxo, nas quais se incluem a
indústria química e a siderúrgica. Uma
justificativa ( parcial ) para essa difusão ampla decorre do fato de o
mercado ser vendedor ( a demanda é maior que a oferta, então quem
estabelece as regras é o vendedor ) o que implicava que o que quer que
fosse produzido teria sido comprado. Assim, não era tão relevante o
fato de uma empresa Ter ou não Ter seu trabalho de produção bem
organizado, havia ainda muito espaço para empresas ineficientes. A
importância crescente de se organizar bem o trabalho na produção
decorre da invenção na lógica de mercado, pois hoje a oferta é maior
do que a demanda. Consequentemente, só as empresas bem organizadas
conseguirão sobreviver e
Ter êxito. Por
outro lado, o movimento que se contrapôs
à proposta tayolorista-fordista, e que veio a ser conhecido como
Escola de Relações Humanas, desenvolveu seus argumentos a partir das
incongruências entre as necessidades associadas ao desenvolvimento das
pessoas e as exigências
nas organizações. Argyris, um dos mais conhecidos teóricos da
administração nos EUA, elaborou a Teoria da Maturidade e Imaturidade,
buscando tornar explícito que o que as organizações estavam
demandando das pessoas ( tarefas rotineiras, obediência cega às
determinações e às regras, etc... ) era relacionado às características
de pessoas imaturas ou infantis, conflitantes com as demandas das
pessoas maduras. Tomava-se imperioso, então, enriquecer os cargos para
que as pessoas pudessem desenvolver suas características pessoais
maduras no processo de trabalho. Essa
linha de pensamento abriu espaço para as discussões sobre a
questão de participação no
trabalho. Ou seja, as empresas têm uma escolha quanto ao estilo
gerencial que vão adotar para a gestão de seus recursos humanos. O
modelo taylorista-fordista é essencialmente autoritário. A partir
dos anos 60 começam a ser estudados modelos organizacionais
participativos, desenvolvendo-se a idéias de que a participação dos
operários em vários tipos de decisão nas empresas levava a um melhor
desempenho competitivo. Nos
dias atuais o trabalhador
esta sendo exigido de outras formas e para isso temos alguns critérios
de planejamento de trabalho, que são as seguintes : ·
o trabalhador deve demandar outros esforços além do físico,
tais como o esforço intelectual, a criatividade, bem como deve permitir
alguma variedade ; ·
o trabalhador deve possibilitar ao indivíduo um processo de
aprendizagem contínua, num ritmo coerente com suas capacidades
individuais ; ·
o trabalhador deve permitir que o indivíduo tome decisões a
respeito das tarefas que realiza ; ·
o trabalhador deve gerar reconhecimento perante os demais membros
da empresa ; ·
o trabalhador deve poder relacionar o que faz à sua vida social,
e seu trabalho deve posicioná-lo de forma digna em termos dos valores
compartilhados por seu grupo ; ·
o bom desempenho no trabalho deve proporcionar acesso a algum
futuro desejável – maiores salários, promoções, benefícios, ou
participação em tomadas de decisão entre outras ; OBS
: A
abordagem taylorista – fordista era
centrada sobre o posto de trabalho e partia da premissa de que se
cada trabalhador isoladamente estivesse operando com o máximo de eficiência,
a produtividade da empresa seria também maximizada. AS FORMAS JAPONESAS DE GERENCIAMENTO DA PRODUÇÃO E DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Introdução As
chamadas formas japonesas de organização da produção e do trabalho
passaram a construir, a partir dos anos 1.980, motivo de grande
interesse tanto por parte de executivos e empresários, como de
pesquisadores, estudantes e do público em geral envolvidos com a questão. Porém,
antes de analisar em detalhes as várias
“ técnicas “ e princípios que compõem o “ modelo de gestão
japonesa “, cabem aqui algumas considerações a respeito do
contexto social, econômico e político que, de certa forma, permearam o
surgimento desse modelo no período pós-guerra e seu posterior
desenvolvimento ao longo das últimas décadas. PANORAMA SOCIAL, POLÍTICO E ECONÔMICO DO JAPÃO NO PERÍODO PÓS-GUERRA. Praticamente
destruído pela Segunda Grande Guerra, o Japão conseguiu a partir dos
anos 50, levantar-se dos destroços e lograr uma façanha que fez inveja
a todo o Ocidente, construindo num curto espaço de tempo uma indústria
e uma economia altamente competitivas. Vale lembrar, entretanto que tal
façanha foi amplamente beneficiada por alguns fatos externos à própria
sociedade japonesa, tais como os elevados investimento para a reconstrução
das economias destruídas pela guerra, como aqueles contidos no PLANO
MARSHALL, além dos investimentos derivados do fato de o Japão
ter-se constituído em uma base militar dos Estados Unidos na guerra da
Coréia Cabe
destacar que os maciços investimentos industriais também foram
viabilizados pelo processo de desmilitarização, iniciado no período
pós-guerra, o que permitiu uma reorientação das prioridades de
investimento do governo japonês que se destacava já naquela época
pelo seu desempenho favorável a um intenso programa de desenvolvimento
industrial. Ainda
em termos do papel do Estado
na economia japonesa do pós-guerra, há que se destacar a decisiva
contribuição dada pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior
MITI Ministério Internacional Tratado da Indústria ao plano
de implantação do moderno parque industrial no Japão. Em especial
cabe destacar, como umas das principais diretrizes traçadas pelo MITI
para o fortalecimento do poder competitivo das empresas industriais, a
chamada estratégia do bom
segundo que tinha com
objetivo a informatização das indústrias. Do
ponto de vista social, o governo japonês investiu decisivamente na
destruição dos sindicatos por categoria, nos moldes que vigoram até
hoje no Ocidente, e passou a estimular a criação dos sindicatos por
empresas, com o estabelecimento de alguns direitos trabalhistas ( Miyake,
1.990 ). AS FORMAS JAPONESAS DE GERENCIAMENTO: Elementos Básicos As
formas japonesas de gerenciamento têm sido uma espécie de moda nos círculos
empresariais no mundo recente. Isso pode ser explicado pelo
impressionante desempenho da economia japonesa desde os anos 50, e
principalmente pelo fato de o Japão
Ter conseguido sobreviver ás duas crises de petróleo dos anos
70 sem sofrer um severo revés. Várias
análises têm sido feitas no sentido de explicar tal fenômeno. Uma
escola enfatiza os desenvolvimentos históricos de clientes e instituições,
e uma outra enfatiza os traços psicológicos e os padrões de
comportamento da raça japonesa. Uma terceira escola da importância às
comparações internacionais de vários sistemas de gerenciamento. Além
disso, os pontos positivos e negativos das formas japonesas de
gerenciamento diferem, para os próprios japoneses, dependendo da pessoa
a quem se pergunte. Um executivo de uma grande corporação e um
trabalhador de uma pequena empresa irão inevitavelmente dar diferentes
respostas com diferentes tons. Cabe
aqui destacar, entretanto, alguns dos aspectos mais importantes que dão
sustentação a esse modelo de gestão empresarial. EMPREGO VITALÍCIO O sistema de emprego vitalício ( em japonês, sushin Koyo seido ), pode ser um termo ou tradução enganosa. O termo não significa que um trabalhador continua trabalhando na mesma companhia ao longo de toda a sua vida. Isso deve ser entendido como o fato de que um trabalhador pode continuar trabalhando para a mesmo companhia se ele não sair voluntariamente nem se for demitido por alguma falha, até que atinja uma idade de aposentadoria compulsória. É um contrato implícito, entendimento ou expectativa entre empregador e empregado. A
lógica é clara o empregador pode manter seus custos de turnover (
rotatividade de pessoal ) baixos, e o trabalhador acumula técnicas
específicas da empresa . que contribuem para aumentar a produtividade.
Do ponto de vista institucional, o emprego vitalício é um seguro
social privado, dado por um empregador paternalista. Entretanto, flutuações
nos negócios inevitavelmente ocorrerão e, com elas a necessidade de
ajustamentos sem mexer no número de funcionários precisa ser
planejada. Subcontratação e horas-extras
são alguns entre esses dispositivos, amplamente utilizados na
indústria japonesa. As
estatísticas mostram que trabalhadores vitalícios, no estrito senso do
termo, que entram na empresa recém-formados e trabalham até a
aposentadoria, são somente um terço dos trabalhadores homens,
muito menos do que normalmente se acredita. SISTEMA DE SALÁRIOS SENIORES Para
facilitar o comprometimento dos trabalhadores mais antigos com a
companhia e manter o seu moral elevado enquanto vão envelhecendo, o
sistema de salários seniores (
nenko chingin seido ) que tem como principal característica a valorização
crescente dos salários na proporção direta da idade do emprego, tem
um papel fundamental. Se os trabalhadores acumulam conhecimento e experiência
enquanto suas carreiras se alongam, a teoria econômica nos diz que sua
crescente produtividade marginal deveria Ter crescente salário em
troca. O sistema se ajusta bem às necessidades do ciclo de crescimento
familiar dos empregados. SINDICALISMO CORPORATIVO Movimentos
trabalhistas foram não menos atingidos no Japão da pós-guerra.
Ajudados por uma política favorável aos sindicatos, pela legislação
e pela administração protecionista do governo, ambos, trabalhadores e empregados, acolheram o sindicalismo
corporativo. Imediatamente após a guerra, com inflação crescente
e escassez de materiais, sindicatos
nacionais por indústrias tomaram
a liderança nas negociações com as empresas. À medida que a economia
de mercado se desenvolveu, diferenças de desempenho entre firmas se
manifestou, e o sistema de relações industriais progrediu somente
dentro de cada firma. Com
a feroz competição pela sobrevivência entre empresas, sob a economia
estagnada e recessiva, um senso de unidade familiar ligou trabalhadores
e direção. Sindicato
corporativo e definido da seguinte maneira, são os empregados que
elegem seus representantes dentro da própria empresa. RECRUTAMENTO E PROMOÇÃO As
companhias do Japão
preferem contratar funcionários jovens que não tenham sido treinados
por outra empresa, para ensinar-lhe a filosofia
da empresa e colocá-los em programas de treinamento bem
desenvolvidos. Dessa forma, cada firma despende o maior esforço a cada
ano para recrutar o melhor da safra de recém-formados. Esse fenômeno
pode ser parcialmente explicado pelo fato de que, uma vez recrutado, o
trabalhador permanece até
a aposentadoria e de que as grandes firmas relutam em contratar pessoas
que mudam de emprego. Para preservar o bom moral da equipe os salários dos trabalhadores não pode Ter grandes diferenças, assim a empresa consegue sempre motivar o seu pessoal para a promoção que lhe daria um ganho maior, e o perdedor ou seja aquele que não consegue a promoção não tem o seu salário defasado, e dessa maneira o moral de todos os trabalhadores sempre fica em alta. PROCESSO DECISÓRIO EM GRUPOS E COLETIVISMO Senso de equipe e de cooperação são a chave para qualquer sucesso no trabalho japonês. Esse grupismo e coletivismo desencoraja qualquer um em uma organização a ser um “ bolo solitário “ . Isso não significa que a sociedade japonesa suprimiu o individualismo, mas é uma questão de prioridade. “ Considerar a dinâmica de grupo “ é uma frase falada ao longo de toda a vida, de pai para filho, de professor para aluno e de superior para subordinado. O
coletivismo tem vital importância no sistema de emprego vitalício. Um
indivíduo entra numa companhia como membro da “ nossa companhia “
Meu trabalho ou minha opinião são totalmente secundários para os
objetivos da organização. A
busca de consenso nas discussões referentes aos vários aspectos da
empresa norteia toda a conduta da empresa japonesa. Na busca de soluções
para os problemas complexos a decisão
unânime é a resposta.
Como se pode atingir decisões unânimes todo o tempo ? Simples, se três de dez pessoas se opõem a certa proposta, a votação é postergada até que essas pessoas sejam persuadidas a aderir á maioria. Aqueles que não têm essa habilidade de pré-barganha ou pré-negociação nunca chegarão até o topo. Essa prática do nemawashi não é menos democrática, desde que no processo seja dada a todos a oportunidade de expressar sua opinião. CÍRCULOS
DE CONTROLE DE QUALIDADE
- CCQ – O
CCQ é definido como sendo um pequeno grupo que voluntariamente jisshuteki
executa atividades para melhorar a quantidade e aumentar a produtividade
no âmbito de uma tarefa com a finalidade de
“ contribuir para o crescimento e desenvolvimento da empresa,
de respeitar as condições humanas, de construir uma vida mais
vantajosa e de elevar o potencial de cada indivíduo até
o infinito “ , por
meio da : ·
identificação
e análise de problemas relativos à
sua área de trabalhos ; ·
discussão,
proposição e participação na implementação
das soluções; Os
objetivos dos CCQs podem ser assim resumidos: ·
reduzir
erros e melhorar a quantidade dos produtos e dos processos; ·
inspirar
eficiência na equipe de trabalho; ·
estimular
o envolvimento no trabalho, por meio da motivação do emprego; ·
originar
capacidade para resolução de problemas ; ·
desenvolver
uma atitude de prevenção de problemas; ·
melhorar
a comunicação entre as pessoas ; ·
melhorar
a relação entre a chefia e empregado; ·
estimular,
promover e desenvolver o espírito de liderança ; ·
desenvolver
maior conhecimento e segurança do trabalho. KAISEM O
Kaisen consiste na busca sistemática de inovações
incrementais e radicais dentro do processo de produção. Tais práticas
implicam a relativização da estrutura hierárquica rígida ( típica
do modelo taylorista-fordista ) e a existência de uma gestão mais
participativa em todos os níveis da organização. A busca permanente
de inovações se dá, inclusive, ao nível do chão-de-fábrica, onde
pequenas alterações no posto de trabalho ou na máquina de produção
( através de, por exemplo, pequenas modificações ou adaptações de
dispositivos ) implicam, via regra, a melhoria da qualidade dos produtos
e o aumento da produtividade. Isso
implica, também, maior valorização do trabalho, isto é, o trabalhador passa a ser considerado como um elemento pensante e
criativo, algo no sentido do resgate do saber-operário. JUST-IN-TIME ( JIT ) e Kanban A implementação desta filosofia só é possível através da utilização do Kamban, que nada mais é do que uma ferramenta de controle de produção e um sistema de informação de “puxar “ a produção. Kamban significa anotação visível de cartões, símbolos ou painéis que auxiliam a gerência e também os próprios operadores nas tarefas de organização e controle dos fluxos e estoques de materiais. Cabe aqui observar que este instrumento de trabalho só funciona bem no contexto de uma produção “ jsut-in-time “. Para
implantação do JIT, deve-se considerar alguns pré-requisitos; ·
Utilização
da Tecnologia de Grupo, que
é a classificação de peças ou produtos em famílias. Cada família
é definida pela semelhança do processo de fabricação das peças que a compõem, como
usinagem, solda e pintura, e, consequentemente pela utilização do
mesmo conjunto de máquinas e ferramentas. ·
Layout
celular,
que possibilita principalmente
redução do ciclo de produção ( Led time ) e menor estoque em
processo. ·
Mão-de-obra
polivalente e qualificada para
poder operar vários equipamentos com a competência e a habilidade
necessárias. As principais vantagens da utilização do JIT são : ·
minimização
de desperdícios de materiais e de tempo improdutivo; ·
menor
risco de superprodução de peças e produtos; ·
diminuição
de esperas no processo produtivo; ·
otimização
do fluxo de materiais; ·
maior
mobilidade de mão-de-obra, o que exige operários polivalentes; ·
maior
flexibilidade do sitema de produção com um todo A
Utilização do Conceito “
5s “ Housekeeping
Dentre as várias práticas do chamado modelo japonês de administração, uma que ganhou grande repercussão foi a dos 5S. Tendo por objetivo básico a busca da melhoria do ambiente de trabalho através de uma série de medidas profiláticas, os 5s focalizam principalmente os aspectos relacionados à melhoria da organização geral do espaço físico e a mudança comportamentais das pessoas envolvidas no trabalho. A sigla 5s é derivada das cinco palavras japonesas abaixo, que significam : · Seiri - intensificação e seleção ( senso de utilidade ) · Seilton - Boa disposição ( senso de ordenação ) · Seiso - limpeza · Seiketsu - higiene ( saúde ) · Shistsuke - disciplina
CONSIDEREAÇÕES
FINAIS As várias análises a respeito do chamado milagre japonês procuram ressaltar as inovações tecnológicas de administração. Entretanto, ao meu ver, o desenvolvimento de qualquer nação ou comunidade, em qualquer época e lugar, sempre esteve fundamentado em aspectos sociais, econômicos, culturais e institucionais bem mais amplos do que as técnicas. Quando se pensa nas possibilidades de adoção ou adaptação das técnicas para outra realidade, como a brasileira, há que se relativizar a idéia da universalidade do modelo japonês. Ao se desconsiderar, por exemplos, as diferenças na dinâmica das relações sociais pode-se estar cometendo um grave erro de interpretação. No caso do Brasil, uma nação de dimensões continentais, com significativos contrastes regionais, sociais, econômicos e culturais, as possibilidades de se atingir um patamar superior de desenvolvimento industrial encontra ainda sérios obstáculos. A abertura comercial do início dos anos 1990 e o crescimento da concorrência advindo do processo de globalização da economia vêm impondo ás empresa do setor industrial uma urgente necessidade de rever os seus antigos paradigmas de gestão e de produção. Nesse sentido, a busca permanente de maiores níveis de qualidade e de produtividade deverão condicionar as estratégias das empresas que pretendam continuar competitivas no terceiro milênio. Para a consecução deste objetivo, cabe às empresas, além de buscar compreender as técnicas e modelos aplicados com sucesso parte do mundo, terem abertura e consciência necessárias parta uma busca permanente de inovações no sentido mais amplo, nos níveis tecnológicos, organizacional, mercadológico e financeiro. Para finalizar viabilizar tal objetivo, faz-se necessário muita informação e uma boa dose de criatividade.
|