A REVOLUÇÃO INDUSTRIA · de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O transporte se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor. ·
1.900
até hoje- Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção
se automatiza; surge a produção em série, a explode a sociedade de
consumo de massa, com a expansão dos meios de comunicação, Avançam
a indústria química e
eletrônica, a engenharia genética , a
robótica.
Artesanato, Manufatura e Maquinofatura O
artesanato, foi a primeira forma de produção industrial, surgiu
no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e
definia-se pela produção instalações, ferramentas e matéria-prima .
Em casa, sozinho ou com a família , o artesão realizava todas
as etapas da produção. A
manufatura resultou da ampliação do consumo que levou o artesão
a aumentar a produção e o comercio a dedicar-se
à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima
e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado.Esse
comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesão para dar
acabamento aos tecidos, depois, tingir, e tecer e finalmente fiar. Surgiram
fábricas , com assalariados, sem controle
sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou pôr causa da
divisão social, isto é cada trabalhador realizava uma etapa da produção. Na
maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de
funcionamento da máquina e à gerência do empresário. Foi nesta etapa
que se consolidou a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
O PIONERISMO INGLÊS Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: ·
Capital ·
Recursos
Naturais ·
Mercado ·
Transformação
Agrária Na
base do processo. Está a Revolução Inglesa de século XVII. Depois de
vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e
transformou a estrutura agrária. Os
ingleses avançaram sobre esses mercados pôr meios pacíficos ou
militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o
mercado que comandava o ritmo da produção , ao contrário do que
aconteceria depois, nos países já industrializados. Quando a produção
criaria seu próprio mercado. Até a Segunda metade de século XVIII a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial ( Estados Unidos, Índia e Brasil ). Tecido leve ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu A Revolução Industrial, revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado pôr notável evolução tecnológica. A
revolução Industrial aconteceu na Inglaterra aconteceu na Inglaterra
na Segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre
feudalismo e capitalismo, a face de acumulação primitiva de capitais e
de preponderância do
capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da
revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII. ETAPAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial: ·
1.760
a 1.850- A Revolução se restringe à Inglaterra a “oficina do
mundo” preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis,
e a energia a vapor 1.850
a 1.900- A Revolução espalha-se pôr Europa, América e Ásia, Bélgica,
França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a
concorrência, a indústria produção
ia para o exterior e isto representava a metade de toda a exportação
inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado
externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra
. As colônias contribuíam com matéria-prima, capitais e consumo. Os
capitais também vinham do tráfico de escravos do comércio com as metrópoles
colonialistas como Portugal. Provavelmente metade do ouro brasileiro
acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos canais . A
disponibilidade de capital, associado a um sistema bancário eficiente,
com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros,
isto é , havia dinheiro barato para os empresários. Depois
de capital, recursos naturais e mercado, vamos ao quarto elemento
essencial à
industrialização, a transformação na estrutura agrária após a
Revolução Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos,
autorizados pelo parlamento. A divisão das terras coletivas beneficiou
os grandes proprietários. As terras dos camponeses, os yeomen, foram
reunidas num só lugar tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência;
eles se transformaram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo
tempo agricultores e artesões. Duas
conseqüências se
destacam: ·
Diminuiu
a oferta de trabalhadores na industria doméstica rural, no momento em
que ganhava impulso o mercado, fornecedor, tornado-o indispensável
adotar nova forma de produção capaz de satisfazê-lo; ·
A
proletarização abriu espaço para o investimento de capital na
agricultura, do que resultaram a especialização da produção, o avanço
técnico e o crescimento da produtividade. A
população cresceu, o mercado consumidor também e sobrou mão-de-obra
para os centros industriais. A PRODUÇÃO SE MECANIZA As invenções não resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos colocados para o homens práticos. O invento atende à necessidade social de um momento; do contrário, morto. Da Vinci imaginou a máquina a vapor no século XVI, mas ela só teve aplicação no século XVIII. Para alguns historiadores, a Revolução Industrial em 1733 com a invenção da lançadeira volante , por John Kay. O instrumento, adaptado aos teares manuais, aumentou a capacidade de tecer, até o tecelão só podia fazer um tecido as largura de seus braços . A invenção provocou desequilíbrio, pois começaram a faltar fios, produzidos na roca. Em 1767, James Hargreaves inventou a spinning jenny, que permitia ao artesão fiar de uma só vez até oitenta fios, mas eram finos e quebradiços. A water frame de Richard Arkwright movida a água , era econômica mas produzia fios grosso. Em
1779, Samuel rompton combinou as duas máquinas numa só, a mule,
conseguindo fios finos e resistentes . Mas agora sobravam fios, desequilíbrio
corrigido em 1785, quando Edmond Cartwright
inventou o tear mecânico. Cada
problema surgido exigia nova invenção, pára mover o tear mecânico,
ara necessário uma energia motriz mais constante que a hidráulica, à
base de rodas-d’água, James Watt, aperfeiçoando a máquina a vapor,
chegou á máquina de
movimento duplo, com biela e manivela que transformava o movimento
linear do pistão em movimento circular, adaptando-se ao tear. Para
aumentar a resistência das máquinas, a madeira das peças foi substituída
por metal, o que estimulou o avanço da siderurgia. Nos Estados Unidos.
Eli Whitney inventou o descaroçador de algodão. AS CONDIÇÕES DE VIDA DO PROLETARIADO A revolução Industrial enriqueceu muitos capitalistas, mas a grande maioria dos operários vivia em péssimas condições. Os salários erram baixíssimos, a jornada de trabalho podia alcançar quatorze ou dezesseis horas por dia e não havia direito a férias. As fábricas eram imundas e barulhentas. Os patrões, muito autoritários, humilhavam os empregados. Grandes
cidades, como Londres e Paris encheram-se de favelas e cortiços, os
pobres se amontoavam em bairros onde o esgoto e os ratos disputavam as
ruas com os pedestres. A
máquina a vapor dispensava a força física. Com ela, o operário não
precisava ser musculoso, bastava agüentar ficar em pé controlando os
mecanismos. Por causa disso os patrões preferiam o trabalho das
mulheres e, principalmente, das crianças, que recebiam pagamento menor
pelo mesmo serviço de um homem adulto. Quase todas a fábricas do começo
do século XIX empregavam
crianças, meninos e meninas até 7 anos de idade ficavam, de dez a doze
horas por dia suportando o frio úmido, sem comer direito, respirando um
ar poluído de fuligem, apanhando do capataz jamais iam à escola nem
brincavam. Acidentes de trabalho mutilavam dedos mãos e braços. Muitas
delas não resistiam e morriam. Enquanto isso, os burgueses continuavam
enriquecendo, compravam mansões, enchiam-nas de móveis luxuosos,
promoviam festas para comemorar “ as vantagens do
livre mercado “. A REVOLUÇÃO SOCIAL A Revolução social concentrou os trabalhadores em fábricas. O aspecto mais importante, que trouxe radical transformação no caráter do trabalho, foi esta separação, que podemos dividir em duas partes, são elas: ·
de
um lado, encontra-se o capital e os meios de produção ( instalações,
máquinas , matéria-prima ) ·
do
outro lado, encontra-se o trabalhador , os operários passaram a ser
assalariados dos capitalistas ( donos do capital ) Uma
das primeiras manifestações da Revolução foi o desenvolvimento
urbano. Londres chegou ao milhão de habitantes em 1800. O progresso
deslocou-se para o norte, e para o centro , a principal cidade foi
Manchester que passou a brigar uma grande massa de trabalhadores
em condições miseráveis. Os artesões , acostumados a controlar o ritmo de seu trabalho, agora tinham de
submeter-se à disciplina da fábrica e passaram a sofrer a concorrência
de mulheres e crianças. Na indústria têxtil do algodão, as mulheres
formavam mais da metade da massa de trabalhadores. As crianças começaram
a trabalhar aos 6 ( seis ) anos de idade, não havia garantia contra
acidente nem indenização ou pagamento de dias parados nestes
casos, pois havia muita mão-de-obra
para serem substituídas. A
mecanização desqualificava o trabalho o que tendia a reduzir o salário,
havia freqüentes paradas da produção, provocando desemprego. Nas
novas condições, caíam os rendimentos, contribuindo para reduzir a média
de vida. Uns se entregavam ao alcoolismo, outros se rebelavam contra as
máquinas e as fábricas e assim passaram a destruir
a máquinas, pois eles pensavam que sem as máquinas haveria mais
serviço para todos. Na
cidade de Lancaster em 1789 e em 1779 , houve um encontro entre governo
e proprietários de fábricas e o assunto era como impedir que os operários
destruíssem as fábricas .
Foi através desses dois encontros que
o governo inglês criou leis rigorosas contra as revoltas
luditas “ revoltas dos trabalhadores “
e enviou milhares de soldados para defender as propriedades dos
burgueses . Os operários rebeldes podiam até ser enforcados , surgiu a
idéia de uma defesa militar para proteger as empresas. A
situação ficou cada vez mais insustentável pois os camponeses e artesões
estavam estimulados por idéias vindas da Revolução Francesa, e
conseguiram fazer um levante contra a classe dominante. Assim a primeira
garantia do trabalhador foi conquistada a lei Speenhamland
( que garantia uma renda mínima para o trabalhador
que não conseguisse trabalho para sustentar a sua família ).
Para que este projeto
tivesse sucesso seria cobrado um imposto . Havia
mais organização entre os trabalhadores especialistas, como os
penteadores de lã, inicialmente, eles
se reuniam para pagar o
enterro do associado , com o passar do tempo esta
associação passou a reivindicar melhorias para a sua categoria
e assim surgiu os sindicatos. Os
sindicatos procuravam atrair
outros trabalhadores e organizar as lutas econômicas contra a
burguesia. A mais influente forma de luta era a greve,
a maioria dos trabalhadores de fábrica cruzava os braços e se recusava
a trabalhar enquanto os patrões não atendessem às suas reivindicações.
As principais exigências dos trabalhadores eram aumento de salário,
diminuição da jornada de trabalho (
que em muitas fábricas chegava a quatorze horas pôr dia ), a
proibição do trabalho infantil. Os
governos europeus do século XIX em geral ficavam do, lado dos
capitalistas contra o proletariado. As leis os tribunais e a policia
eram acionados contra os sindicatos e as greves. Muitos trabalhadores
foram presos e até mortos pela policia. Puxa,
por que o governo não fazia leis a favor dos trabalhadores ?
Simplesmente porque não havia representantes dos trabalhadores no
governo ! . Na Inglaterra ,
por exemplo , o voto era censitário. Ou seja, só votavam
aqueles que tinham um alto nível de renda. Os pobres estavam excluídos
da eleições . Por isso, a partir de 1830 firmou-se na Inglaterra o
movimento cartista.
O cartismo juntava operários, artesões e até gente da pequena
burguesia. Os cartistas redigiram um documento chamado carta
do povo “ daí o nome cartismo “ e o
enviaram para o Parlamento inglês. A principal reivindicação
do documento era o sufrágio universal masculino ( o direito de voto
para todos os homens ). OP
cartismo organizou gigantescos comícios em Londres. Mas o Parlamento
permaneceu insensível. Somente em 1867, os operários especializados e
a pequena burguesia conquistariam o direito de voto. Apesar
de tudo, o cartismo foi importante para que o proletariado inglês
adquirisse consciência política. AS IDÉIAS DE MALTHUS . Para muitos burgueses, a culpa da miséria era dos próprios trabalhadores. Assim pensava o economista inglês Thomas Malthus ( 1766 a 1834 ). Em seu Ensato sobre o principio da produção ( 1798 ) , Malthus diz que a quantidade de alimento que a humanidade produzia crescia em progressão aritmética ( 1,2,3,4,5,6,7,...), mas a população mundial crescia muito mais rápida, em progressão geométrica ( 1,2,4,8,16,32,64,128,. . . ). Ou seja, a quantidade de bocas estaria aumentando tanto, que quantidade de alimento não era suficiente para alimentar todos . Qual seria a conseqüência disso ? Em breve haveria muito mais gente do que alimento disponível para todos . A fome então, seria inevitável. E por que, para Malthus, a população crescia tão depressa, porque os pobres tinham muitos filhos, dizia ele. Portanto, os culpados pela pobreza seriam os pobres mesmos, que , as guerras, as pestes , as catástrofes naturais ( enchentes, terremotos ) e a própria fome se incumbiam de reduzir a população até um ponto de equilíbrio enter a quantidade de pessoas e a comida. O
que o governo deveria fazer ? . Absolutamente nada. As pessoas que
defendiam leis sociais, hospitais para pobres, aposentadoria para os
velhinhos, proteção, para os órfão eram malfeitores da humanidade,
porque estavam lutando por recursos que fariam a população crescer
mais ainda. Malthus também criticava a distribuição de renda. Para
ele, os únicos responsáveis
pelo desenvolvimento da economia, das artes e das ciências eram as
classes ricas. Elas é que investiam capital, elas é que patrocinavam
artistas e inventores. Por isso, cobrar impostos dos ricos para ajudar
as classes mais pobres seria grande prejuízo para toda a humanidade
impediria o progresso da tecnologia e da economia, arruinaria o
desenvolvimento cultural. Estas idéias eram bem aceitas pela classe
dominante pois vinha de encontro com
os seus interesses . O LIBERALISMO DE ADAM SMITH As
novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas; ·
Será
que a indústria beneficiaria todas as pessoas ? ·
O
individualismo e o espirito de competição capitalista não destruiriam
a solidariedade humana ? ·
O
progresso econômico iria continuar ? ·
O
que o governo podia fazer
em relação a isso tudo ? O
pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente a essas perguntas. Em
seu livro A riqueza das Nações ( l776 ) é considerado a obra
fundadora da ciência econômica. Os argumentos de Smith foram
surpreendentes. Ele dizia que o egoísmo é útil para a sociedade, seu
raciocínio era este . “
Quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é
beneficiada “ Portanto
é correto dizer que os capitalistas só pensam em seus lucros, mas para
lucrar, têm de vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo
para o consumidores então, já que o individualismo é bom para toda a
sociedade, o ideal seria que as pessoas pudessem atender livremente a
seus interesses individuais. E, para Adam Smith, que é que atrapalha os
indivíduos, que impedia a livre iniciativa ? O
estado, dizia ele, para o autor escocês, o estado deveria intervir, o mínimo
possível sobre a economia, se as forças do mercado agissem livremente,
a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria
o que bem entendesse com seu capital, sem Ter de obedecer a nenhum
regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam
totalmente liberados, sem a intervenção do Estado
o mercado funcionaria automaticamente como se houvesse uma mão
invisível ajeitando tudo. Ou seja, o vale-tudo capitalista promoveria,
o progresso de forma harmoniosa ! Você
já pensou em como essas idéias têm tudo a ver com o liberalismo econômico ? Os
primeiros a tachar o mercantilismo e a defender o liberalismo econômico
foram os economistas fisiocracias do ilusionismo francês . Mas os
fisiocratas acreditavam que a agricultura é a única atividade
produtiva possível Adam Smith, discordava. Para ele, todas as
atividades que envolvem o trabalho humano são valiosas. E a indústria
é especial porque ela amplia a divisão do trabalho
“ a especialização do trabalho “ , aumentando a produtividade. A
confiança de Smith nas virtudes do capitalismo era tão grande que a, a
partir de suas idéias, seria possível concluir duas coisas; 1.
que a economia iria crescer de modo espetacular; 2.
que a produção de marcadorias seria tão abundante que a
pobreza iria desaparecer; A
primeira conclusão era bastante realista. Um século depois, a economia
industrial da Inglaterra e de outros países cresceu mais ainda do que Smith tinha previsto. A miséria, no
entanto, não havia desaparecido. Ao contrário, quanto mais a indústria
crescia, maior era a miséria
do proletariado.
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