A MUNDIALIZAÇÃO DA ECONOMIA
Na atual geografia do planeta,
espaços isolados são muitos raros, devido à mundialização
sem precedentes da economia e da vida dos homens, que, progressivamente,
vão se transformando em cidadãos do mundo.
Hoje, os produtos agrícolas e industriais são intercambiados
mundialmente e o movimento da economia vai transformando o
planeta num lugar praticamente sem fronteiras e cada vez mais urbano e
industrial.
Um dos protagonistas desse processo de mundialização são as
empresas multinacionais, ou seja, empresas que possuem filiais fora de
seu país de origem, estando, portanto, instaladas em mais de um país. Atuantes
nos mais variados setores, como o industrial, o agrícola, o bancário,
o comercial, o de serviços e etc..., essas empresas conseguem definir
suas estratégias como se o mundo não tivesse fronteiras. Na verdade,
é graças à atuação globalizada das empresas multinacionais e à
necessidade de planejar suas atividades pêlos espaços mundiais que as
fronteiras vão sendo, literalmente, superadas.
O TAMANHO DAS EMPRESAS MULTINACIONAIS
Existem
várias empresas multinacionais que tem obtidos nas últimas décadas
grandes faturamento brutos, vamos ver o exemplo da General Motors, que
é uma empresa do ramo automobilístico. A
imagem das empresas multinacionais está associada, sobretudo, ao seu
grande porte. Contam, em geral, com diversas instalações em seus países
de origem e em vários outros países do mundo. Por causa de suas dimensões,
lidam com fantásticas somas de dinheiro. Isso é fácil de perceber se
fizermos uma comparação entre o faturamento bruto anual das vinte
maiores empresas multinacionais e o Produto Interno Bruto ( PIB ) –
que representa toda a movimentação econômica anual
- de cada um dos países do mundo. Considerando
que o mundo tem cerca de duzentos e trinta países ( 230 ), apenas 26 países
apresentam um PIB superior ao faturamento da General Motors. Esses dados
são suficientes para demostrar que se trata de empresas gigantescas,
que lidam com uma quantidade de recursos muito maior do que a maioria
dos países do mundo. Por isso, é justo supor que elas dispõem de uma
capacidade de influência econômica muito grande, afetando as decisões
de política econômica de muitos países. Por
definição consideram-se multinacionais as empresas que desenvolvem
suas atividades em mais de um país. Porém, para podermos compreender o
real significado e importância dessas empresas no mundo de hoje, é
fundamental identificar com precisão o ambiente político-econômico em
que elas surgiram e se desenvolveram.
A
FORMAÇÃO DAS GRANDES EMPRESAS Países
europeus como o Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica entre outros já
dominaram diretamente vários territórios espalhados por quase todo o
mundo, constituindo seus impérios coloniais. Os interesses desses
Estados colonizadores estavam ligados a diversos fatores. Os domínios
territoriais serviam não somente como fontes de matérias-primas e de
riquezas minareis, mas também como mercados cativos para os produtos
das metrópoles. Mesmo os territórios desprovidos de alguns desses
atrativos eram colonizados por uma potência somente para que não caíssem
em outras mãos. Para
explorar esses domínios, as metrópoles incentivaram, promoveram e até
concederam a inúmeras empresas facilidades de
operação nas colônias. A Royal African Co., a East Índia Co.,
a Britsih Petroleum, a Compagnie Française de Pétroles e a Union Minière
du Haut Katanga são apenas algumas das empresas britânicas e francesas
que atuavam nas metrópoles e nas colônias, podendo, portanto, ser
consideradas multinacionais. Como o Estado metropolitano utilizava-se
dessas empresas para viabilizar sua exploração colonial, podemos dizer
que agia como promotor da multinacionalização.
A ORIGEM DAS EMPRESAS MULTINACIONAIS Mas
já vão de longe os tempos em que a multinacionalização era feita em
territórios protegidos políticas e militarmente pelos Estados
colonizadores europeus. Na verdade, a origem das multinacionais de hoje
não deve ser procurada somente nessas empresas comerciais, mineradoras
e agrícolas que se formaram no período colonial, mas também no
processo de concentração do capital que se estabeleceu, sobretudo, a
partir do crescimento e concentração de pequenas oficinas, comuns no
primeiros tempos da industrialização capitalista. As
industrias modernas nasceram como manufaturas domésticas, ou seja, os
artesãos trabalhavam em suas casas com equipamentos manuais, elaborando
produtos sob encomenda para os comerciantes que lhes forneciam as matérias-primas
e encarregavam-se, depois, de levar o produto acabado ao comércio. Esse
tipo de manufatura foi chamado Industria
Doméstica justamente porque suas atividades produtivas
desenvolviam-se predominantemente nos domicílios dos artesãos. Ainda
hoje em alguns ramos manufatureiros, é possível encontrar indústrias
domésticas. É o caso, por exemplo, de confecções que fornecem os
cortes de tecido para costureiras. Estas executam o trabalho em casa,
com suas máquinas, e entregam o produto manufaturado. Mas esse sistema
já não é dominante há muito tempo. Quando
os comerciantes sentiram a necessidade de controlar o trabalho dos artesões
de forma mais constante, para que estes apresentassem maior
produtividade, começaram a surgir as fábricas. A reunião de todos os
trabalhadores para exercerem suas funções num mesmo lugar – a fábrica
– permitiu o controle do processo de trabalho pelo patrão ou seus
capatazes. Inicialmente,
a maioria das fábricas era de pequeno porte. Mas logo algumas delas
começaram a se destacar, em diferentes ramos industriais, tornando-se
empresas de maior porte com condição, inclusive, de incorporar outras
menores. Com
o passar do tempo tornou-se cada vez mais freqüente a formação de
empresas maiores, que concentravam grande investimento e capacidade
produtiva. A
concentração do capital em mãos de poucas empresas e proprietários
(capitalistas ) nos
permite afirmar que essa é uma característica inerente ao capitalismo.
O aparecimento da fábrica e, em seguida, de fábricas cada vez maiores
teve forte repercussão no espaço geográfico. Isso porque a produção
manufaturaria, que antes ocorria em pontos dispersos da cidade e do
campo, nos domicílios dos artesãos, passou a se concentrar em pontos
do território : as fábricas. OS
MONOPóLIOS A
formação das empresas de grande porte implicou o aparecimento de situações
de monopólio, que se tornaram evidentes já na Segunda metade do século
XIX, quando apenas uma ou poucas empresas passaram a controlar a produção
ou a comercialização da totalidade ou da maior parte de certos
produtos. A indústria automobilística nos Estados Unidos fornece um
bom exemplo desse processo. A General Motors foi criada em 1908 a partir
da fusão de cinco empresas. Até 1923, a empresa absorveu dezessete
outros fabricantes de veículos, tornado-se, então, maior do que a
Ford. Nessa época, existem ainda no país outras 88 fábrica de veículos.
Em 1935, doze anos depois, havia somente dez fabricantes de veículos
nos Estados Unidos apenas a General Motors, a Ford e a Chrysler detinham
90% do mercado de automóveis, sobrando apenas 10% para serem divididos
pelas outras sete empresas. Nesse
processo de concentração, o capital dos bancos exerceu um papel ativo
e importante : ao se
associarem ao setor industrial, unificando seus interesses, os bancos
canalizaram recursos que imprimiram maior intensidade e velocidade ao
processo de concentração de capitais a que nos referimos. AS
EMPRESAS SALTAM AS FRONTEIRAS A
abertura de filiais no estrangeiro, sobretudo por empresas de grande
porte, variou conforme o tipo de atividade
a que se dedicava a empresa. Com
o incremento da produção industrial no final de século XIX, em diversos países europeus e nos Estados Unidos,
apresentou-se para as empresas a questão de garantir o fornecimento de
matérias-primas básicas para suas atividades. Num primeiro momento, a
disputa para controlar as fontes de
matérias-primas – principalmente no que se refere aos minerais –
deu-se dentro do próprios países-sede dessas empresas. Com
a descoberta de jazidas minerais em vários lugares do mundo, essas
empresas buscaram garantir a continuidade de suprimentos instalando-se
em locais próximos a elas. As empresas com sede nos Estados Unidos ou
na Europa, que implantaram filiais em países tropicais com a finalidade
de ali produzirem para exportação. Foi o caso, por exemplo, das
empresas agropecuárias United Fruit, Standart Brands, e Del Monte,
controlando a produção de bananas e abacaxis na América Central,
Filipinas e Havaí, e dos fabricantes de pneus Dunlop, Michelin e
Firestone, controlando a
produção de látex na Malásia, Indochina e Libéria,
respectivamente. As empresas saltaram fronteiras em busca, de
condições físicas adequadas à exploração de determinados produtos.
No primeiro caso, da existência de jazidas minerais, no segundo, de
condições climáticas propícias à plantação de determinados
produtos agrícolas. Além
dessa correspondência entre as características físicas de
determinados territórios e
as atividades destinadas á explorá-la, a conveniência política também
é importante, porque a implantação dessas atividades em outros países
é muito facilitada quando os governos locais a apoiam. Esse apoio,
muitas vezes, traduz-se em doações de termos para instalação das
empresas ou na forma de
incentivos fiscais, tais como isenção ou abatimento de
impostos. Quando
se trata, porém, de empresas que não se dedicavam à mineração nem
à agropecuária, mas sim à fabricação de produtos, a instalação de
filiais dirigiu-se para
outro tipo de país. Como estavam ligadas à produção tecnologicamente
avançadas, essas empresas tiveram de recorrer a países que
apresentavam economias e marcados mais dinâmicos para sua expansão. Não
foi por acaso, portanto, que empresas desse tipo, com sede nos Estados
Unidos, passaram a abrir filiais
na Europa e vice-versa, ainda no
final do século XIX. Tanto
de um lado quanto de outro, o que essas empresas buscavam era atingir
outros territórios em, através da exploração de novos mercados,
ampliar a sua capacidade de acumular capital e crescer num ritmo mais
acelerado. Esse
processo de multinacionalização foi empreendido principalmente pelas
empresas de maior porte a que nos referimos anteriormente
e se verificou
durante toda a primeira
metade deste século. A partir
da década de 50, esse processo ampliou consideravelmente sua velocidade
e mesmo os países que apresentavam menor nível de atividade econômica
passaram a abrigar filiais de grandes empresas. Esse
movimento vem transformando a geografia do planeta, uma vez que faz
aumentar a participação de um número crescente de países tanto na
produção industrial quanto no comércio internacional. Devido
a essa superação das fronteiras entre os países, há inclusive quem
considere inadequado chamar tais empresas de multinacionais,
argumentando que o termo induz à suposição de que possuem várias
nacionalidades. Transnacionais,
segundo alguns, seria a designação mais apropriada para essas empresas
que têm seus negócios transitando sobre as fronteiras de vários países. A
década de 90 apresenta um aprofundamento desse processo, hoje a palavra
mundialização refere-se mais
a um mundo praticamente sem fronteiras para o movimento da economia. Nesse
processo de mundialização um elemento cada vez mais importante a ser
observado são os capitais aplicados na constituição ou compra. A
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (
UNCTAD ), órgão da ONU, estima que existam na atualidade
aproximadamente 39 mil empresas transnacionais e 270 mil filiais em países
estrangeiros, que tiveram vendas ao redor de 6 trilhões de dólares em
1995. Os cem maiores grupos transnacionais detêm aproximadamente 1/3 do
montante mundial desses capitais, o que nos dá uma noção da sua
dimensão e capacidade econômica e financeira. Uma
das características mais constantes desses grandes grupos empresariais
é o seu contínuo crescimento, transformando-os assim no que podemos
denominar mega empresas. Durante o ano de 1995, 229 bilhões de dólares
foram gastos por essas empresas somente no que diz respeito a aquisições
e fusões de empresas, sem considerar o que ocorreu especificamente
dentro de cada país. A fusão de empresas é acompanhada pela concentração
de capitais em determinados países, uma vez que as cem maiores
multinacionais têm sede nos países mais industrializados, os chamados
países desenvolvidos, e é justamente nesses países que os maiores
investimentos são realizados. Tal fato é ainda mais significativo
quando sabemos que apenas um país – a China – tem absorvido, nos últimos
três anos, aproximadamente 40% dos recursos destinados aos países
subdesenvolvidos, o que nos leva a concluir que os demais países assim
classificados ficam com uma pequena parcela desses capitais. Os
bancos, por sua vez, têm um papel decisivo no processo de concentração
e transnacionalização dos capitais,
já que eles precederam e acompanham as empresas, tanto através
de empréstimos para financiar implantações no exterior quanto fazendo
eles mesmos investimentos diretos nos processos de fusão ou criação
de novas empresas. O
ESTADO E OS GRANDES CONGLOMERADOS O
estado e as grandes empresas mantêm uma relação muito estreita. Mas
essa relação se dá de
forma muito diversa de um país para outro. Já
é tradicional o apoio que determinados Estados fornecem às empresas
nacionais de seus países, quando estas têm seus interesses ameaçados
nos diversos lugares do mundo onde estão instaladas.
São freqüentes os esposórios em que países sofrem represálias
das grandes potências por terem nacionalizado empresas multinacionais
ou apenas ameaçado fazê-lo. Em vários países, governos chegaram até
a ser derrubados porque assumiram uma política hostil à
presença das empresas com sede nas grandes potências. Quando
determinados Estados dizem defender os seus interesses
nacionais em diversas partes do globo, na verdade estão
defendendo direta e principalmente os interesses
das empresas multinacionais de seus países. A Guerra do Golfo,
por exemplo, desencadeada
em 1990, após o Iraque Ter
invadido o Kuwait, tanto serviu para deter o aumento do controle iraquiano na região
como para proteger os investimentos das multinacionais do petróleo
naquela área. Afora
essa proteção política e militar, alguns Estados concederam
incentivos às grandes empresas através
de políticos industriais. Na década de 60, por exemplo, diverso países
europeus estabeleceram políticas favoráveis à criação de grandes
empresas para se contrapor á intensa penetração das multinacionais norte-americanas. Os Estados Unidos e o Japão também já
implementaram diversas políticas para beneficiar suas grandes empresas. Uma
das formas mais consagradas nesse tipo de relação tem sido o
financiamento ( direto ou indireto )
da pesquisa cientifica ou tecnologia para o desenvolvimento de
novos produtos, materiais ou processos em setores de ponta. Em tempos
recentes, os setores aeroespacial, de telecomunicações e de eletrônica dos
Estados Unidos passaram a receber grandes investimentos por parte do
governo, a fim de que desenvolvessem equipamentos ultra-sofisticados que
comporiam um sistema de defesa denominado guerra nas estrelas.
Quem recebeu maior parte
das encomendas foram as grandes empresas,
que, assim, puderam passar a concorrer em melhores condições com as
multinacionais européias e japonesas. Entretanto,
certos Estados muitas vezes estatizam empresas privadas ou, mesmo, criam
as suas próprias. A estatização das empresas, por sua vez, não
impede nem retarda sua multinacionalização. Não
há multinacionais estatais com sede nos EUA, mas elas são comuns na
Europa, com destaque para a França, que apresenta o maior número delas
e em setores variados. A Grã-Bretanha,
por sua vez, não apresenta empresas desse tipo, pois
passou por um processo de privatização nos últimos tempos, e
muitas de suas empresas
estatais foram vendidas para a iniciativa privada. O
expressivo número de empresas estatais francesas de grande porte e
mesmo sua disseminação em vários países europeus mostram que a
gestão estatal não é,
necessariamente, sinônimo de prejuízo e incompetência. Afinal,
empresas do porte da Renout, da Fiat, da Pechiney, e etc.., passaram a
apresentar melhores resultados justamente após sua estatização. Nos
países menos desenvolvidos industrialmente, as grandes empresas
estatais têm maior atuação na área da infra-estrutura, sobretudo os
setores, petrolífero e siderúrgico, destacando-se
a Petrobrás como a maior das empresas multinacionais
estatais desse grupo
de países. As
multinacionais estatais, atuantes nos mais diversos setores, agem como
corporações privadas e, como elas, olham para os espaços mundiais
como um todo, saltando fronteiras em busca dos melhores lugares para o
desenvolvimento de suas
atividades. CONGLOMERADOS,
ACORDOS E
ASSOCIAÇÕES Perseguindo
elevados padrões de produtividade e agilidade para adequar suas instalações
industriais e sua produção ao contínuo avanço tecnológico, as
empresas multinacionais apresentam alto grau de complementaridade. Isso
quer dizer que, em
vez de cada empresa desenvolver e fabricar todos os elementos necessários
à elaboração de seus produtos e comercializá-los, uma parte deles é
viabilizada mediante acordos estabelecidos com outras empresas. Alianças
estratégicas tecnológicas entre empresas
Setores
Número de alianças ·
Biotecnologia------------------------------------------------
847 ·
Novos
Materiais--------------------------------------------- 430 ·
Tecnologia de
Informações------------------------------1660 ·
Computadores-----------------------------------------------
198 ·
Automação
Industrial--------------------------------------- 278 ·
Microeletrônica-----------------------------------------------
383 ·
Sistemas-------------------------------------------------------
344 ·
Telecomunicações-------------------------------------------
366
Fonte François
Chesnais, op, cit A
Tabela acima pode dar uma idéia da importância desse fenômeno. Seus
autores conseguiram detectar a existência de 4.182 alianças entre
empresas, no período de 1980 a 1989. A grande maioria desses acordos
afirmou-se entre empresas dos EUA, da UE e do Japão e as áreas
privilegiadas são principalmente de tecnologias de informação,
relacionadas com avanço da microinformática e da robotização, e a de
biotecnologia. São
vários os motivos para essa concentração. O custo da pesquisa
cientifica voltada para o desenvolvimento de novos produtos e
tecnologias é muito elevado, devido a fatores como mão-de-obra
especializada, materiais utilizados,
longos períodos para maturação dos trabalhos, etc. Por isso
apenas as empresas de maior porte têm condições de custeá-la, graças
aos próprios resultados das pesquisas: novos produtos e tecnologias.
Antes de obter esses
resultados, porém, é necessário investir grandes somas, por vários
anos.
A Concentração da produção Industrial Observando
o mapa-múndi podemos notar que o processo de industrialização, embora
tenha se espalhado praticamente por todo o mundo, ainda se apresenta
muito concentrado em alguns países. Apenas vinte deles apresentam produção
industrial acima de 60 bilhões
de dólares, enquanto um grande número não chega perto de completar
nem mesmo 1 bilhão. Assim podemos logo concluir que os destaques em
relação ao volume de produção industrial são inegavelmente os
Estados Unidos e o Japão. Logo após aparecem a Alemanha e outros países
da UE, que, vista em conjunto, forma outro grande centro de produção
industrial. Porém, podemos
identificar fora desse eixo uma série de países que apresentam produções
significativas : China, Brasil, Coréia do Sul, México, Argentina,
Índia, Indonésia, Tailândia, África
do Sul, Malásia, Cingapura entre outros . Esses
países, por terem apresentado um desenvolvimento industrial
acelerado, principalmente a
partir da década de 50, passaram a ser denominados países de
Industrialização recente, e foi para eles que se deslocou grande número
de empresas multinacionais. Acontece
que esses países possuem características muito diversificadas e,
portanto, diversos também são os motivos de instalação das empresas
multinacionais em cada um deles. Veja-se
o caso, por exemplo, dos chamados
Tigres Asiáticos, que têm
se destacado por uma presença
significativa nos mercados internacionais. As empresas multinacionais
desempenham um importante papel no processo de industrialização desses
países, mas o seu objetivo básico e principal é a exportação das
mercadorias ali produzidas, grande
parte das vezes para o país onde está localizada a própria
sede da multinacional. Em
outros países de industrialização recente, o processo é diferente, o
Brasil, a Índia e a Argentina, por exemplo, também contam com uma
presença expressiva de empresas multinacionais. Mas a maior parte da
produção dessas empresas destina-se ao abastecimento dos mercados
internos desses países, e apenas uma pequena parcela à exportação. Nesse
caso, portanto, o objetivo
das empresas multinacionais é conquistar e atuar nesses mercados,
ampliando assim sua penetração mundial. Como
podemos notar, as empresas multinacionais possuem um amplo controle dos
espaços mundiais e deslocam-se por eles perseguindo alguma vantagem,
seja os custos de produção mais baixos, seja o domínio de novos
mercados consumidores. As Multinacionais, os Paraísos
Fiscais e as Zonas Francas.
Olhar
para os espaço mundiais e decidir qual a melhor localização para
atingir as metas da empresa,
independentemente desta ou daquela fronteira.
Essa é a teoria e a prática que as empresas multinacionais estão
em condições de executar. Além dos exemplo que já demostrei nos parágrafos
anteriores, resta ainda considerar as empresas que são constituídas
juridicamente no chamados paraísos
fiscais, assim como as que
se instalam nas zonas
francas. Os
paraísos fiscais, são
normalmente pequenos países ou possessões que concedem imensas
facilidades às empresas, bem
como aos seus executivos que ali se instalam. Mesmo apresentando
características distintas guardam em comum legislações liberais para
o funcionamento dessas empresas, especialmente no que se refere ao
pagamento de imposto muito reduzidos, se comparados com os previstos na
maioria dos países. Por
isso, esses paraísos atraem principalmente
a instalação de sedes ( apenas administrativas,
sem unidades de produção ) de empresas dos mais variados tipos,
que querem escapar dos controles e
impostos existentes em seus países de origem e, assim ganhar maior
liberdade de ação e reduzir custos. As
Zonas Francas, por sua vez, não
somente oferecem as facilidades dos paraísos fiscais, isto é,
as vantagens administrativas e fiscais a que nos referimos, como também
dispõem da infra-estrutura necessária
para receber unidades de produção e montagem de produtos, em
geral destinados à exportação. Considerações
Finais Mas
a influência das multinacionais e a internacionalização da economia não
se fazem sentir apenas com a instalação de indústrias e filiais pelo mundo afora. O comércio internacional também
representa um papel importante nesse processo. O comércio internacional
registrou um crescimento muito grande a partir da década de
50. Acontece que cada país teve uma participação diferente
nesse processo de
crescimento das trocas mundiais. Apenas 25 países classificados pelo
Banco Mundial como de – alta renda - isto é, que apresentam renda per
capita superior a 6 mil dólares anuais, dominavam quase 80% do comércio
internacional em 1995. Assim podemos concluir que : ·
O comércio
internacional apresentou sensível crescimento após a
década de 50 ; ·
A grande
maioria desse comércio é feita entre os países de industrialização
mais avançada ; ·
Nessas transações
comerciais internacionais predominam os produtos industrializados ; ·
Quem realiza
grande parte dessas transações internacionais são as
grandes empresas, principalmente as multinacionais ; Com
todo esse movimento, tanto de disseminação mundial da multinacionais quanto dos fluxos de mercadorias e da influência
desses processos sobre o mundo como um todo, podemos afirmar que estamos
diante de uma significativa
diminuição do papel das fronteiras, jamais observadas em qualquer
outro tempo da história da humanidade. Como
resultado, a vida dos homens na
Terra tende a ser cada vez mais
um fenômeno mundializado, em que grande parte do dia-a-dia é dominada
por coisas que se fazem praticamente em todo o mundo. Bibliografia. almanaque Abril/2000 http:/www.apg.ufu.br/apgufsc/artigos/500 Fonte Darcy Ribeiro. O povo brasileiro a
formação e o sentido do Brasil. São Paulo, companhia das letras, 1995 Azevedo, Fernando, Princípios de
sociologia, 7, ed. São Paulo: Melhoramentos Diamantino – Douglas – Marcos, Geografia
do Espaço Mundial Editora Atual
Atividades
para reflexão 01.
O que são empresas
multinacionais ? 02.
Qual é a origem das
empresas multinacionais ? 03.
Como surgiu
fábrica ? 04.
O que são monopólios
? 05.
Que motivos levaram determinadas empresas abrirem filiais no
exterior 06.
Por que o termo transnacional
é o mais adequado para qualificar as empresas que costumeiramente
chamamos de multinacionais ? 07.
Por
que o crescimento das empresas multinacionais pode conduzir a
situações de monopólio ? 08.
Qual a postura dos grandes conglomerados em relação à pesquisa
científica ? Por quê ? 09.
Que tipo de relação se pode estabelecer entre o Estado e as
empresas de um país ? 10.
Que motivos levam as empresas a estabelecerem acordos e associações
? 11.
Qual a lógica da distribuição territorial das multinacionais ? 12.
O que são paraísos fiscais ? 13.
O que são zonas Francas ? 14.
O que leva as empresas a se instalarem na zonas francas ou nos
paraísos fiscais ? 15.
O que significa afirmar que tais empresas apresentam alto grau de
complementaridade ? 16.
O que são países de industrialização recente ? Dê alguns
exemplos e indique o papel desempenhado pelas multinacionais na
industrialização desses países . 17.
Quais as principais características do comércio internacional ?
Qual a relação existente entre mundialização e fluxos comerciais ? |